Seminário Drummond

Caros alunos,

Na próxima semana realizaremos, como forma de discutir os livros Alguma poesia, Sentimento do mundo Claro Enigma, um seminário a partir das propostas abaixo. Todos deverão ter lido ao menos os poemas indicados na atividade anexa e, a partir dos grupos feitos em sala, estudado com mais profundidade um dos livros. Segue o arquivo com a proposta de atividade:
proposta para seminário
Deixo aqui também, alguns textos que podem ajudá-los nesses estudos:

silviano-santiago-camc3b5es-e-drummond

Carlos Drummond de Andrade – Francisco Achcar (Folha Explica) (pdf)(rev)

CANDIDO, Antonio – Inquietudes na poesia de Drummond in Vários escritos

poesia-de-drummond-na-trilha-dos-enigmas

 

Darcy Ribeiro: O Brasil sertanejo

A primeira visão sobre o Brasil sertanejo é trazida por Euclides da Cunha em Os sertões. Segue um trecho de “A terra”:
Capítulo V
Uma categoria geográfica que Hegel não citou
Resumamos, enfeixemos estas linhas esparsas.
Hegel delineou três categorias geográficas como elementos fundamentais colaborando com outros no reagi: sobre o homem, criando diferenciações étnicas: As estepes de vegetação tolhiça, ou vastas planícies áridas; os vales férteis, profusa ente irrigados; os litorais e as ilhas. Os llanos da Venezuela; as savanas que alargam o vale do Mississípi, os pampas desmedidos e o próprio Atacama desatado sobre os Andes — vasto terraço onde vagueiam dunas — inscrevem-se rigorosamente nos primeiros.
Em que pese aos estios longos, as trombas formidáveis de areia, e ao saltear de súbitas  inundações, não se incompatibilizam com a vida. Mas não fixam o homem à terra.
A sua flora rudimentar, de gramíneas e ciperáceas, reviçando vigorosa nas quadras pluviosas, é um incentivo à vida pastoril, às sociedades errantes dos pegureiros, passando móveis, num constante armar e desarmar de tendas, por aqueles plainas — rápidas, dispersas aos primeiros fulgores do verão.
Não atraem. Patenteiam sempre o mesmo cenário de uma monotonia acabrunhadora, com a variante única da cor: um oceano imóvel, sem vagas e sem praias. Têm a força centrífuga do deserto: repelem; desunem; dispersam. Não se podem ligar a humanidade pelo vinculo nupcial do sulco dos arados. São um isolador étnico como as cordilheiras e o mar, ou as estepes da Mongólia, varejadas, em corridas doidas, pelas catervas  turbulentas dos tártaros errabundos.
Aos sertões do Norte, porém, que à primeira vista se lhes equiparam, falta um lugar no quadro do pensador germânico. Ao atravessá-los no estio, crê-se que entram, de molde, naquela primeira subdivisão; ao atravessá-los no inverno, acredita-se que são parte essencial da segunda. Barbaramente estéreis; maravilhosamente exuberantes…
Na plenitude das secas são positivamente o deserto. Mas quando estas não se prolongam ao ponto de originarem penosíssimos êxodos, o homem luta como as árvores, com as reservas armazenadas nos dias de abastança e, neste combate feroz, anônimo, terrivelmente obscuro, afogado na solidão das chapadas, a natureza não o abandona de todo. Ampara-o muito além das horas de desesperança, que acompanham o esgotamento das últimas cacimbas.
Ao sobrevir das chuvas, a terra, como vimos, transfigura-se em mutações fantásticas, contrastando com a desolação anterior. Os vales secos fazem-se rios. Insulam-se os cômoros escalvados, repentinamente verdejantes. A vegetação recama de flores, cobrindo-os, os grotões escancelados, e disfarça a dureza das barrancas, e arredonda em colinas os acervos de blocos disjungidos — de sorte que as chapadas grandes, intermeadas de convales, se ligam em curvas mais suaves aos tabuleiros altos. Cai a temperatura. Com o desaparecer das soalheiras anula-se a secura anormal dos ares. Novos tons na paisagem: a transparência do espaço salienta as linhas mais ligeiras, em todas as variantes da forma e da cor.
Dilatam-se os horizontes. O firmamento sem o azul carregado dos desertos alteia-se, mais profundo, ante o expandir revivescente da terra.
E o sertão é um vale fértil. É um pomar vastíssimo, sem dono.
Depois tudo isto se acaba. Voltam os dias torturantes; a atmosfera asfixiadora; o empedramento do solo; a nudez da flora; e nas ocasiões em que os estios se ligam sem a intermitência das chuvas — o espasmo assombrador da seca.
A natureza compraz-se em um jogo de antíteses.
Eles impõem por isto uma divisão especial naquele quadro. A mais interessante e expressiva de todas — posta, como mediadora, entre os vales nimiamente férteis e as estepes mais áridas.
Relegando a outras páginas a sua significação como fator de diferenciação étnica, vejamos o seu papel na economia da terra.
A natureza não cria normalmente os desertos. Combate-os, repulsa-os. Desdobram-se, lacunas inexplicáveis, às vezes sob as linhas astronômicas definidoras da exuberância máxima da vida. Expressos no tipo clássico do Saara — que é um termo genérico da região maninha dilatada do Atlântico ao Indico, entrando pelo Egito e pela Síria, assumindo todos os aspectos da enorme depressão africana ao plateau arábico ardentíssimo de Nedjed e avançando daí para as areias dos bejabans, na Pérsia — são tão ilógicos que o maior dos naturalistas lobrigou a gênese daquele na ação tumultuaria de um cataclismo, uma irrupção do Atlântico, precipitando-se, águas revoltas, num irresistível remoinhar de correntes, sobre o Norte da- África e desnudando-a furiosamente.
Esta explicação de Humboldt, embora se erija apenas como hipótese brilhante, tem um significado superior.
Extinta a preponderância do calor central e normalizados os climas, do extremo norte e do extremo sul, a partir dos pólos inabitáveis, a existência vegetativa progride para a linha equinocial. Sob esta ficam as zonas exuberantes por excelência, onde os arbustos de outras se fazem árvores e o regímen, oscilando em duas estações únicas, determina uniformidade favorável à evolução dos organismos simples, presos diretamente às variações do meio. A fatalidade astronômica da inclinação da eclética, que coloca a Terra em condições biológicas inferiores às de outros planetas, mal se percebe nas paragens onde uma montanha única sintetiza, do sopé às cumeadas, todos os climas do mundo.
Entretanto, por elas passa, interferindo a fronteira ideal dos hemisférios, o equador termal, de traçado perturbadíssimo de inflexões vivas, partindo-se nos pontos singulares em que a vida é impossível; passando dos desertos às florestas, do Saara, que o repuxa para o norte, à Índia opulentíssima, depois de tangenciar a ponta meridional da Arábia paupérrima; varando o Pacífico num longo traço — rarefeito colar de ilhas desertas e escalvadas — e abeirando, depois, em lento descambar para o sul, a Hilae portentosa do Amazonas.
Da extrema aridez à exuberância extrema…
É que a morfologia da terra viola as leis gerais dos clima. Mas todas as vezes que o facies geográfico não as combate de todo a natureza reage. Em luta surda, cujos efeitos fogem ao próprio raio dos ciclos históricos, mas emocionante, para quem consegue lobrigá-la ao, através de séculos sem conto, entorpecida sempre pelos agentes adversos, mas tenaz, incoercível, num evolver seguro, a terra como um organismo, se transmuda por intuscepção, indiferente aos elementos que lhe tumultuam à face.
De sorte que se as largas depressões eternamente condenadas, a exemplo da Austrália, permanecem estéreis se anulam, noutros pontos, os desertos.
A própria temperatura abrasada acaba lhes dar um mínimo de pressão atraindo o afluxo das chuvas; e as areias móveis, riscadas pelos ventos, negando largo tempo a pega à planta mais humilde, imobilizam-se, a pouco e pouco, presas nas radículas das gramíneas; o chão ingrato e a rocha estéril decaem sob a ação imperceptível dos líquens, que preparam a vinda das lecídeas frágeis; e por fim, os platôs desnudos, llanos e pampas de vegetação escassa, as savanas e as estepes mais vivazes da Ásia Central, surgem, num crescendo, refletindo sucessivas fases de transfigurações maravilhosas.

O Brasil sertanejo 

 

Gonçalves Dias consolida o romantismo

Caros alunos,

Como alguns de vocês demonstraram dificuldade para realizar a atividade sobre o poema “Leito de folhas verdes”, de Gonçalves Dias, resolvi trabalhar um dos capítulos do “Formação da Literatura Brasileira” na aula de hoje. O capítulo é “Gonçalves Dias consolida o romantismo”. Segue abaixo o arquivo que leremos juntos hoje em sala:

https://moisesnascimentoblog.files.wordpress.com/2016/08/gonc3a7alves-dias-consolida-o-romantismo-flb.pdf

Ainda não consegui terminar o cronograma detalhando todas as leituras, mas consigo fazê-lo até o final de semana.

Abraço

Thais

Desdobramentos do Modernismo

Olá, Alunos.
Na aula passada, discutimos sobre o texto do professor João Luiz Lafetá e hoje leremos em conjunto um texto de apresentação da poesia e da prosa de 1930 escritos por mim e pelo professor Rodolpho Monteiro de Oliveira.
Seguem abaixo o .ppt da aula passada e o arquivo de hoje.
encrypted_Literatura de 30 – poesia e prosa (trechos livro ead) (1)

Modernismo

Prometo que até o final de semana teremos o cronograma completo de nossas aulas. Estou com alguma dificuldade para escolher os textos que teremos tempo hábil de ler na disciplina.
Abraço

Thais